domingo, 26 de setembro de 2010

Dia 29 de setembro de 2010

REFLETINDO......

O Trabalho de Conclusão de Curso nos remete a muitas leituras, e muitas referências bibliográficas. Esse foi o maior diferencial nos trabalos que apresentei nos primeiros semestres.

Embora tenha refletido e observado muitas leituras e conteúdos, o diferencial mesmo que percebi nas minhas investiações foi esse.

E ainda mais, percebi qual a importância deles nas minhas reflexões, principalmente agora que preciso repensar muitos conceitos, aceitar uns, refutar ou questionar outros.


Estamos sempre em mudança, em construção, e isso é extremamente importante em nossa profissão, onde lidamos todos os dias com seres pensantes e cheios de curiosidades, vivendo em uma sociedade mutante permanentemente, em ritmo acelerado. Se ficarmo para trás, acabou tudo, acabou a alegria, o brilho, e a vontade de fazer qualquer coisa.

Sei de meus erros, reflito e aprendo com eles, lembro que Paulo Freire diz que somos ''seres inacabados e condicionados, mas mesmo assim, diante da nossa consciência de nossas desconstruções, temos certeza que podemos ir além. E essa diferença mostra que, embora condicionados, somos determinados.'' (FREIRE, 1988)

Portanto, creio ter sido muito benéfico para mim retomar atividades passadas para que elas fiquem mais claras agora, diante de todos os outros conhecimentos e crescimentos que tivemos ao longo desse curso.

domingo, 19 de setembro de 2010

Projeto de aprendizagem.

Passei a semana lendo textos relacionados a projetos de aprendizagem, pois estou realizando um com meus alunos, que faz parte do meu TCC. Percebi que estou tentando de uma forma inovadora mudar um pouco da nossa "mania", digamos assim, que temops de rotular o aluno de criança com atraso, ou com dificuldades, que não tem muita chance de passar. Não condeno esse fato, nem os pensamentos, pois tinha o mesmo sentimento até agora. Mas estou fazendo um grande esforço para mudar essa visão, que pra mim, é retrógrada e medíocre.
Hoje dei uma passeada pelo seminário integrador do terceiro semestre, e me deparei com o título de um filme que vimos e que comentamos também. Foi um filme antigo, mas muito bom, que me fez refletir sobre um assunto na época, mas que hoje me remete a outro ponto de vista aind amaior. O nome desse filme é "Doze homens e uma sentença". Trata-se de um jurado de acusação, onde onze dos juris já estão condenando o suposto réu, pelas evidências mostradas a eles até então, considerando-o culpado pela morte de uma pessoa. Mas um único juri decide que ele é inocente, mas o juri precisa ser unânime para que acabe o julgamento. Ele afirma que não há evidências suficientes para simplesmente doze pessoas dizerem que aquele jovem, com apenas 18 anos fosse o culpado e condenado a muitos anos de prisão de um crime que ele pode naõ ter cometido.
Aos poucos começa a convencer seus colegas jurados que o réu pode ter sido mais uma vítima, dando evidências do que afirmava.
No fim das contas, o juri decidiu por absolver o réu, com todas as evidências de que não poderia ter sido ele o autor do crime.
Pensando nesse fato, mesmo que fictício, podemos observar o que fazemos todos os anos em nossa sala de aula, arpovamos ou reprovamos determinados alunos, mesmo que eles tenham feito suas provas, mesmo que possamos dizer que eles reprovaram por seu próprio mérito. Mas isso não é de fato a verdade, pois podemos estar simplesmente lavando nossas mãos e deixando de fazer algo muito importante em benefício deles. Refletindo em meu trabalho, posso afirmar que minhas tentativas de PA na minha turma é justamente para resgatar aqueles que foram de uma forma ou de outra, deixados de lado por mim, ou por outro professor. E o trabalho com PAs pode e deve deivar a criança muito mais motivada do que o usual, pois ela irá trabalhar com coisas que lhe são interessantes. Será que isso é possível? Claro que sim, mesmo que muitos acreditem que não seja muito ortodoxo, até porque não poderíamos sair do que é tradicional, mudar nosso sistema de ensinar. Parece ser assustador, mas pode dar muito certo. O que vale é a tentativa de encontrar novas evidências de que o aluno tem sim condições de aprender.

Retirado do SEMINÁRIO INTEGRADOR- EIXO 3

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dia 15 de setembro de 2010

As minhas reflexões relacionadas à aprendizagem da criança acabaram por me levar à leitura das Fases do Desenvolvimento da criança. As crianças as quais estou fazendo meu estudo de caso, estão com uma média de dez anos de idade, período determinado por Freud de "latência". Nesse período a criança está desenvolvendo a autocrítica, não dependendo tanto das aprovações externas, sendo mais policiadoras de si. Essa criança está começando a socializar-se, a comprar, digamos assim, um lugar ao sol. Essa estruturação virá com uma carga grande de auto punição, pois a criança também terá de conviver com frustrações, algo que terá muita dificuldade ainda em lidar, mas será uma rotina em sua vida. O que Freud define com uma maestria estupenda se traduz a seguir com suas próprias palavras:

"Identificam-se com profissões e com determinados profissionais, surgindo vocações e talentos e a famosa frase: “quando eu crescer serei...”, tentando obter reconhecimento pessoal, mas já percebendo que terão que ajustar-se às normas do mundo e que nem sempre são as mesmas de sua família de origem, deparando-se com os códigos de lealdade, que poderão trazer muitos conflitos internos e embates familiares. "

Esse ponto traduz o que percebo em meus alunos. Essa tentativa de autofirmação é muito complicada, pois a criança vem de uma família onde havia e ainda há muita influência em sua personalidade, criando situações conflitantes e até mesmo impossíveis de tentar reagir. Outro fator que Freud deixa bem claro, diz o seguinte:

"É a fase onde a transição está ocorrendo e não é mais criança, mas ainda não é jovem (fase infanto-juvenil), desejando em alguns momentos permanecer num estado de despreocupação, liberdade e aventura, e em outros total inércia. "

Essa criança precisa, como foi dito por Durkheim(1955, p. 25-56), sentir vontade de aprender e, se ela não tiver a firmação necessária, ou se ela ainda não tiver encontrado a maturidade suficiente para ter as mínimas condições de aprendizagem consciente, não haverá progresso, muito menso interesse por ela.


Essas leituras foram retiradas na disciplina de DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA - 2ºsemestre

Autor: "Jung, Carl G., O Desenvolvimento da Personalidade, Ed. Vozes, 1988

Lievegoed, Bernard Fases da Vida – Crise e Desenvolvimento da individualidade,
Ed. Antroposófica

domingo, 12 de setembro de 2010

Dia 12 de setembro de 2010

Esta semana verifiquei dois primeiros trimestres no works da nossa turma e verifiquei muitas leituras que tinha perdido de vista, e até mesmo esquecido. Foi bom revê-las.
O que selecionei mais para reflexão do assunto citado em meu TCC, foi um texto de Durkheim, na disciplina de Escola Cultura e Sociedade (disse lá que era 1ºsemestre). Esse texto é muito reflexivo, vejamos:

"Bem longe de estarem em oposição, ou de poderem desenvolver-se em sentido inverso, um do outro sociedade e indivíduo são idéias dependentes uma da outra. Desejando melhorar a sociedade, o indivíduo deseja melhorar a si próprio. Por sua vez, a ação exercida pela sociedade, especialmente através da educação, não tem por objeto, ou por efeito, comprimir o indivíduo, amesquinhá-lo, desnaturá-lo, mas ao contrário engrandecê-lo e torná-lo criatura verdadeira humana. Sem dúvida, o indivíduo não pode engrandecer senão pelo próprio esforço. O poder do esforço constitui, precisamente, uma das características essenciais do homem".

Minha pergunta norteadora do TCC é: "Como o PA pode contribuir com o desenvolvimento de habilidades de produção textual nos alunos com dificuldades de aprendizagem?"

Penso que este pensamento de Durkheim nos faz refletir qual seria um dos fatores muito importantes para que a criança que apresenta dificuldades de aprendizagem possa ter maior compreensão a respeito dos mais diversos assuntos que se lhe apresentam.
Aquela criança que não aprende ou que custa muito para aprender, pode estar precisando de estímulos os quais a auxiliarão na descoberta de novos conceitos elaborados por ela mesma. Ela precisa se ajudar primeiro, porque mesmo que ela tenha recebido informações teóricas para que possa compreender determinados assuntos, mas que se ela não tiver condições de reter esse conhecimento, ou não faça esforço para que ele passe a fazer parte de seus conhecimentos, de nada servirá o esforço do professor em tentar ajudar esse aluno.

Essa leitura de Durkheim está disponível em seu livro:

DURKHEIN, Émile. Educação e sociologia.4 ed. trad. Lourenço Filho, São Paulo: EdiçõesMelhoramentos, 1955, p. 25-56.