domingo, 11 de novembro de 2007

MÚSICA DO CORAÇÃO, SERÁ?

Eu li esta semana um texto a respeito da música como um todo. Achei muito engraçada a situação porque, primeiro eu amo muito música, ela faz parte da minha vida. Tudo que faço parece que tem um som gostoso no fundo. Embora saiba que música venha do coração, descobri que ela também serve como meio de ganho ilícito para uma gama de pessoas envolvidas nesse meio artístico. Fique um pouco decepcionada, mas parece que já sabia.







Vamos falar agora um pouco sobre esse assunto. Vimos que existe a mídia, ela nos orienta nos caminhos da música e os ritmos do momento. Mas o que não vimos, é que ela nos induz de uma certa forma a gostar de uma determinada canção, mesmo que não faça parte de nosso cotidiano, ou melhor, dos nossos gostos. Mas pelo simples ato de repetição, passamos a absorvê-la e quem sabe, a apreciá-la.




Existe a mídia acidental. O que é isto?


É a música que vai entrando em nossa cabeça sem percebermos. Ela está em todo o lugar: nas ruas, nos mercados, na TV, no radinho que ligamos de manhã e nem pecebemos que ele ficou o dia todo ligado, nas propagandas, nas novelas, enfim, em todo lugar. O pior é que acabamos mentalizando as suas melodias e quando percebemos, já estamos cantarolando o seu refrão. Muita gente passa a fazer sucesso por causa disso, a repetição. Conforme Kátia Suman (ex-Ipanema),uma mesma música chega a tocar mais de 200 vezes no mesmo dia para que, por meio da repetição, as pessoas se acostumem com ela e depois, passem a "aceitá-la" como sendo boa, um grande sucesso. Assim fica fácil, não é?




Nelson Coelho de Castro diz:"O produto cultural acaba sendo apenas um detalhe". Eu concordo com ele. Se antes a música era um elemento cultural, hoje ela está sendo totalmente escrachada pelas pessoas que a produzem e pelas pessoas que a escutam. Não há mais a necessidade da qualidade, mas da quantidade (de canções e também de dinheiro). Outra pessoa, ou melhor, outro Nélson, agora o Motta, também diz algo relevante:"Há um envolvimento correspondente e estético entre os movimentos musicais e os movimentos plíticos-sociais do Brasil". Realmente, se formos avaliar o desenvolvimento musical que acompanhou os acontecimentos políticos no Brasil, perceberemos que além de o povo ter o governo que merece, também podemos dizer que ele tem a música que merece.

Só mais uma ressalva. Se formos fazer a tradução da grande maioria das músicas americanas que estão nas paradas de sucesso, perceberemos que também lá existe muito lixo muiscal, pois as letras não significam absolutamente nada, embora as melodias sejam as mais superproduzidas de todo o mundo, com tecnologia de última geração.
Acho que esse trabalho serviu para que façamos uam análise disso tudo. Somos donos de nossos ouvidos e de nossas vontades, portanto nós é que devemos nos apropriar ou não das músicas que aparecem por aí. Cada um é um, então, como diz minha mãe:"Gostos, cores, amores, perfumes e flores, não se discute".