segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Era o ano de 1957...





Esse filme trata de um assunto que, inicialmente parece ser banal, mas enganou-se quem pensou assim. Ele relata a história de um rapaz que está sendo acusado de matar seu pai. Ora, as evidências que a acusação mostra são claras e indicam, sem sombra de dúvida, que o rapaz é realmente o assassino. Então o jurado se reune (são doze)para decidir se ele é o culpado ou se ele é inocente. O jiz deixa claro que a votação deverá ser unânime, portanto ou os doze votam pela condenação ou pela absolvição. Parece que tudo irá se definir em questão de minutos, pois aparentemente não há mais nada a dizer relacionado com provas e testemunhas. Passam a fazer a "formalidade" de votação.
Quando chegam quase ao fim dela, uma surpresa: um dos jurados declara o réu inocente. E agora? O que fazer?

Deste período em diante, esse jurado passa sutilmente a ser o advogado de defesa do garoto. Por que será que ele estaria fazendo aquilo? Será que era amigo do réu? Será que alguém o teria subornado para que perturbasse a decisão de todo o resto do júri? Antes fosse isso. Na verdade o jurado número nove queria mesmo era discutir um assunto que levava a sério, ou seja, a vida de uma pessoa estava em jogo, era muito mais que dizer "acusado" ou "absolvido".


Analisando mais a fundo esse filme que fala muito em evidências, e para que elas sejam claras e convinecentes, se faz necessário argumento lógico e preciso que remonte todo o assunto e faça com que as pessoas passem a pensar.
Tudo se torna emocionante, porque os argumentos que o jurado utiliza faz com que todos observem suas próprias evidências, as de suas vidas. Cada um faz uma análise, mesmo que sem querer de suas atitudes, de seus pensamentos e também do rapaz como pessoa, não somente como um número nos registros policiais. Isso foi muito importante não só para o jovem acusado, mas serviu como lição para cada um dos componentes naquela sala.
Quando fiz a análise desse filme, percebi que tudo o que fazemos tem conseqüências, não que eu não soubesse disso antes, mas não me dava conta da amplitude de uma atitude, de uma decisão. Muitas vezes pensamos que estamos com a razão, ou que estamos certos do que iremos fazer. Pode até ser isso mesmo, mas nem sempre será. E provavelmente neste momento haverá uma dúvida que se instalará em nossa cabeça e baterá como um martelo, dizendo que pode não ser bem assim como decidimos. Na sala de aula não é nada diferente, pois todos os dias estamos analisando nossos alunos, precisamos colocar números na sua inteligência, no seu potencial. E se ele rodar? Será que el realmente deveria repetir de ano? As evidências mostram que sim, mas poderemos argumentar que el participa em aula, também que, quando faz uma prova, pode estar sendo pressionado, seu emocional poderá estar abalado, então ele poderá ter um "branco" e simplesmente não lembrar de nada do que aprendeu. Então, depis destes argumentos, será que o professor ainda pensará em reprová-lo? Algo a se pensar. E esse filme fez isso comigo, fez com que eu pensasse. Em mim, nos meus alunos, no meu trato com as pessoas, enfim, passei a olhar as coisas com outros olhos, tentando ver além daquilo que aparentemente pode ser. Bom, foi isso que aprendi.